sábado, 31 de janeiro de 2015

Um quilt

Quando a Carolina, a minha Miss Caracolinhos, ainda estava na barriga eu fiz-lhe uma peça à mão bem simples. Nove corações, um por cada mês que ela habitou o meu corpo. Uma corrente de corações que ficam pendurados entre os cortinados dela. Uma coisa singela porque coser à mão demora e demora e demora... Agora, com uma máquina de costura nas mãos, a Sara vai, claramente, ser uma privilegiada. 
Eu sempre gostei de quilts, para mim são um símbolo de muita coisa. Dedicação, tempo, amor, carinho, atenção ao detalhe, à cor, à forma, à coordenação de cores, formatos e padrões. Como sou uma mariquinhas imagino que as minhas filhas guardem estas peças (claro que agora a Carolina vai ter que ter um quilt para ela) durante muitos anos, até estarem puídas do tempo e do uso. Existem milhares de formas, possibilidades de padrões e combinações. Para o meu gosto pessoal, os quilts de quadrados ou rectângulos são os mais bonitos. Deixo-vos aqui imagens de alguns dos meus favoritos... e até acho que foi assim, enquanto descobria estas imagens apaixonantes, que descobri a Constança, os seus quilts maravilhosos e o Saídos da Concha. (Aliás, a Constança, para quem não sabe, é aquela senhora com um sorriso lindo que aparece na imagem abaixo)
(fonte: Pinterest - alguns destes quilts são de autores "desconhecidos" - dois são da Constança, os mais bonitos é claro... ;-) )

Portanto, quando pensei que era desta que ia fazer um quilt, uma prenda especial para esta bebé que cresce dentro de mim, decidi que ia espreitar a loja da Constança e que esta era a razão certa para comprar um dos seus quilts. And so I did.
Ele chegou por correio no dia 26 de Dezembro e os tecidos que o compõem são mil vezes mais bonitos ao vivo. O meu coração bateu palminhas dentro do peito. Comecei só esta semana a construir o meu quilt mas, infelizmente, isto anda a passo de caracol por aqui. Barriguda, com uma filhota intermitentemente doente e com muitas outras coisas que se metem pelo meio, o quilt vai ficando à espera. Mas, tenho que admitir que até sinto comichão cada vez que o vejo esticado em cima da cama, quero tanto acabá-lo que nem imaginam. Tem sido um processo fácil, as instruções que acompanham o quilt são bem detalhadas e fáceis de perceber até para as menos providas de neurónios, entre as quais me incluo neste momento (um bebé deixa-nos assim a modos que baralhadas de vez em quando).
Estou mesmo no começo mas deixo-vos algumas fotos. Acho que é fácil perceber que estou apaixonada pelo processo, pelos quilts, pelos tecidos da Constança. Tanto que me coloquei em posições bem complicadas para uma grávida para tirar estas fotos... :-)






quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Around the World Blog Hop



When Krista from helmojajahepeneita (amazing lady, just check the dresses she made for her this week, adorable mother of four) nominated me I was very surprised but pleased of course, I agree with her that this is a very nice idea and a great way to meet and introduce new blogs. 
So, thank you Krista! 


What am I working on?
Actually I'm working on my first quilt. I always wanted to make one, a simple square quilt but I kept postponing that project. Now that a new baby is coming along in April (or maybe in the end of March), I felt that I should do it now. It has been a very interesting process and I'm in love with the outcome already and I'm just at the beginning. ( I'm having a little help from another fantastic lady/mother/blogger/you name it, you might know from saidos da concha
After the quilt, I'm going to make two very different dresses for my little one, Miss Caracolinhos, that are already on my cutting table... one more classical and a knit one.

How does my work differ from others in its genre?
Honestly, I don't know. I try to look to others as an inspiration not in comparison because otherwise I would freeze and do nothing. :-) I'm relatively new at this sewing business and there are numerous sewing bloggers that are more creative, more proficient and even more talented as a whole than me so I try to do as Tina Fey says and just do my thing. (I think this is a survival method because I could spend hours just looking at blogs, admiring other people's work and not doing a thing myself because I feel "they" just did something so beautiful that I could never do a thing that compares... nuts? probably...)

Why do I create what I do?
It's a need. A need for a clear mind, for busy hands, for that feeling you get when you finish turning a beautiful fabric into something even better. The rush I get when I look back in pride and I say I did it... well, when someone says it is nice too. :-) Nowadays my little girl says it all the time!

How does my creative process work?
Simple, I fall in love. When I started I fell in love with a fabric and then I went from there. Now, after the bug-pattern caught me, I normally fall in love with a pattern, I buy it and then I search for the right fabric for it. I've bought fabric from everywhere, the local market or japan, as long as I love it (not like it, huge difference) and I can afford it... I wish I could buy more (I bet 98% of the ones who are reading this can relate) but I have to buy food also. ;-) 


And now it's finally time to reveal the two bloggers I choose to pass along these questions!

They are both beautiful, honest, funny and very talented ladies that inspire me in different ways... so I'm grateful they crossed my path.

Rita from conversas de hermanas and Magda from house of estrela.

I'm in no way responsible if you get addicted to their blogs! :-)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Vinicius

«A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.


A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.



O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflecte. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o património de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.»



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Lenços e memórias

O meu avô usava lenços de mão todos os dias. Usava lenços de tecido, não lenços de papel. Lenços que ainda hoje duram, que mesmo depois de ele já não os usar continuam à espera de ser usados, numa gaveta guardados. 
Adoro essa memória, a memória dos lenços do meu avô, a memória do meu avô com os seus lenços. Ando muito saudosista com a aproximação de uma nova vida que chega, eu sei. 
Quando a minha mãe abriu a gaveta dos lenços dela e me disse para escolher o que quisesse, eu peguei numa série deles sem nenhum pudor. Trouxe-os comigo, nem sei bem para que fins mas não quero perdê-los. 
Não sei como mas quero novas memórias.
Quero criar novas memórias. 


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Roupa pequenina

Uma das vantagens de se terem duas filhas é a quantidade de roupas que não precisamos de comprar. No entanto, existe uma diferença fundamental entre precisar e querer. 
Eu não precisava destas roupinhas novas para esta bebé que ai vem, mas eu queria-as muito. Guardei o primeiro fato que a minha Miss Caracolinhos usou e vou guardar também o primeiro que a Sara usar. Um novo, sonhado só para ela, desejado só para ela. 



Sou só eu que acho que são lindos? 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Refashion week at House of Estrela

Uma das coisas que mais gosto de fazer, e que faço mesmo pouco, é refashion/reciclar peças de roupa. Uma das minhas grandes inspirações nesta área é a Magda e por isso quando ela me convidou para fazer parte do refashion month dela, eu confesso que fiz uma happy dance (pequenina mas uma happy dance)!
Andei às voltas para decidir o que fazer mas acabei por me decidir por reciclar um top que tinha em casa e que além de umas costas transparentes estava demasiado justo na zona do peito. A genética é uma coisa tramada e da minha mãe herdei umas medidas ... avantajadas... na zona do peito.  Não foi um projecto difícil, na verdade o mais complicado foram as fotos. (já vão perceber porquê mas posso adiantar que parece que engoli uma melancia gigante...)

One of the things I like to do, and that I do very little, is refashion / recycle clothes. One of my great inspirations in this is Magda and so when she invited me to be part of her refashion month, I confess I did a happy dance (a small one but still a happy dance)!
I've been wrestling to decide what to do but I ended up deciding to recycle a top that I had at home that in addition to a transparent back, was just too tight in the breast area. Genetics is a contrived thing and from my mother I inherited well-endowed measures ... in the breast area. It was not a difficult project and in fact the most complicated thing was the photos. (You will soon see why but I can give you a heads start ... it looks like I swallowed a huge watermelon...) 


Vou explicar brevemente o que fiz. Mantive a parte da frente do top e uma parte das costas (imagem 1), cortei pelas laterais e usei dois pedaços de tecido diferentes para fazer as costas. Usando uma prega consegui fazer com que o top ficasse suficientemente largo até para esta barriga gigante que tenho agora (imagem 2). Depois cosi novamente à parte de cima do top e só depois às laterais, deixando uns centímetros de lado para espaço extra (imagem 3). 

I will briefly explain what I did. I kept the front and a bit of the back (picture 1- cut along the pins), cut the sides and used two different pieces of fabric to make the back sufficiently large even for this gigantic belly I have now (image 2). Once again I sewed it to the top and only then did I sew the sides leaving some inches for extra space (image 3). (key words in the next months) 





E, já agora, não se esqueçam de espreitar o blogue da Marta, doguincho, que ela hoje também tem uma reciclagem maravilhosa para vos mostrar. (como TUDO o que ela faz!!!)
And do not forget to peek at Marta's blog, doguincho, because today she has a wonderful refashion to show you.  (like EVERYTHING she does !!!)



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Golas

Desde que o ano começou, há 14 dias, que ainda não cosi nada. Sim, acho que se pode dizer que estou com um bocadinho de ressaca da costura. O mês de Dezembro foi mais intenso do que a maioria dos meus meses e houve muita coisa feita que não veio parar ao blogue porque não consegui ter tempo para coser, fotografar e postar.... 
Pessoalmente não tem sido um inicio de ano fácil. A minha Miss Caracolinhos doente montes de vezes. A barriga que cresce e muito e eu a sentir-me bem cansada, mais do que gosto, ou sequer posso permitir a mim mesma, estar. 
Uma das coisas que mais fiz este mês de Dezembro, foram golas. Fiz uma série delas para oferecer às minhas amigas mais próximas, escolhendo cada tecido de acordo com a personalidade e gostos de cada uma. Também fiz uma para o R, que fica lindo com ela e que gostou tanto que já a usou montes de vezes... qualquer dia tiro-lhe uma foto para aqui mostrar. 
Agora, para me redimir um bocadinho da minha ausência nas costuras, aqui ficam as fotos de algumas das golas que fiz. 


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Casaco novo : a new jacket

Fiz, nos últimos dias antes do natal, duas peças para a minha piolha que gostei particularmente. Uma delas foi este casaco que ela também gostou muito... «Mãe, é tão fofinho... sou uma ovelhinha!» e ficamos as duas com um sorriso rasgado na cara. 
O molde é o Hearts Hoodie Jacket e foi comprado no Etsy na loja da Puperita. Comprei vários moldes dela quando foram os saldos da black friday e correspondem exactamente ao que estava à espera. Cheios de detalhes, instruções perfeitas e bastante fáceis de realizar. Este casaco foi complicado de fazer unicamente pela minha escolha de tecidos. O facto de usar dois tecidos com bastante espessura, uma fazenda e um tecido de pelo, fez com que demorasse um pouco mais até estar pronto. Tinha pensado usar alguns dos meus lindos botões mas devido à espessura dos tecidos acabei por usar uns alamares (obrigada Sara!).  No entanto, é um projecto bastante fácil de realizar para quem está a fazer um casaco pela primeira vez (como foi o meu caso). 

I made, in the last days before Christmas, two pieces for my little girl that I'm particularly fond off. One of them was this jacket she also liked a lot ... "Mother, it's so cute ... I am a little lamb!" And we were both with a broad smile on our face.
The pattern is the Hearts Hoodie Jacket and was bought on Puperita's store on Etsy. I bought several patterns from her in the black friday sales and they correspond exactly to what I was expecting. Fully detailed, perfect instructions and fairly easy to accomplish. This jacket was harder to do only because of my choice of fabrics. The fact of using two very thick fabrics, a herringbone and a fur fabric, delayed me a bit. I wanted to use my lovely buttons but because of the thickness of the fabrics I choose instead some toggle buttons (tank you Sara!). However, it is a project very easy to accomplish for those who are making a jacket for the first time (my case).

Ela, hoje de manhã...
She, this morning ...



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

My top 5

A minha amiga Magda fez, nos últimos dias do ano, uma análise muito gira em forma de vários posts sobre o que melhor e pior tinha corrido no seu ano, reflexões e objectivos para 2015, tudo no que diz respeito à costura.... Eu fiquei a pensar naquela ideia e prometi a mim mesma que, para o ano, vou fazer uma coisa mais composta como ela mas que este ano vou fazer uma miscelânea copiando um bocadinho a sua boa ideia. 
Assim surgem o meu top 5 mas de tudo junto... ou seja, uma coisa que correu mesmo bem, uma que correu mal e porquê, duas reflexões sobre a experiência do último ano em costura e um objectivo para o próximo ano. (Sim, só um objectivo grande para 2015, vem ai outro bebé que vai precisar muito da mãe, keep it simple é um objectivo pessoal. ;-) ) 

1 - Mesmo bem - (esta é das mais custosas) gostei de tantas coisas que fiz para a minha piolha que seria demasiado complicado escolher, por isso, escolho o vestido que fiz para mim...!!! Podem espreitar aqui, se quiserem ver do que estou a falar. 
2 - Mesmo mal - (fácil, fácil...) esta saia, que apesar de ter instruções maravilhosas e de o tecido ser lindo e super macio, a minha piolha só usou (acho eu) uma única vez... de alguma forma consegui fazer uma peça demasiado curta!!! Estava minúscula! 
3 - Reflexões - A) Fiz amigas de costura este ano que foram um dos grandes presentes que este ano me deu. Amigas que partilham a maluqueira dos tecidos, dos botões e dos moldes, com quem posso falar de todas estas coisas sem ouvir bocejos, ver revirares de olhos ou sem me sentir a doida das costurices. Amigas que me incentivaram a fazer melhor, que comigo partilharam o seu conhecimento, que me inspiram continuamente. Obrigada meninas... 
4 - Reflexões - B) Sou uma principiante e serei uma amadora durante muitos anos. Conciliar tudo o que há a aprender com a vida que quero levar, profissionalmente e pessoalmente, é verdadeiramente complicado. Tenho que apreciar cada conquista em vez de me focar nas coisas que ainda não sei fazer... 
5 - Objectivo para 2015- Fazer mais peças para mim. Comecei o ano a limpar o armário. O desapego é uma arte intrincada para mim mas de tanto praticar lá chegarei ... fazer só peças que eu amo e não gosto, porque há uma diferença gigante e porque preciso de mais simplicidade na minha vida. 



segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Começar

Dia 01 de janeiro de 2015, dia de sol e frio, dia de azedas no jardim, de pequeno-almoço tardio e bem moroso, cheio de preguiça como nós que parecemos gatos ao sol. 


Começámos o ano com uma tradição que iniciámos o ano passado. Começámos o ano a abrir o nosso "frasco dos agradecimentos" e a ler todas as pequenas mensagens de agradecimento que tínhamos deixado um ao outro e aqueles que amamos. E quando digo frasco dos agradecimentos refiro-me mesmo a um simples fraco de vidro, com uma etiqueta escrita à mão, onde vamos guardando minúsculos pedaços de papel rasgados de qualquer parte com as pequenas coisas que nos fazer sentir agradecidos, aquelas que por qualquer razão não agradecemos logo em voz alta e resolvemos fazer silenciosamente mas de forma a que não fique esquecido. 
Começamos o ano entre lágrimas de alegria, de saudade mas sobretudo de agradecimento e reconhecimento pelo amor que partilhamos, pela família que estamos a construir, pelos amigos que nos rodeiam, os que surgiram ao longo do caminho e os que ficaram, pelas coisas verdadeiramente simples que fazem da nossa vida mais e melhor. 
É uma tarefa que pode parecer tola para muitos mas garanto-vos que é um exercício de introspecção muito saudável acima de tudo. Paramos por um pouco, reconhecemos, agradecemos e mais tarde recordamos. O ano passado não guardámos estas notas, este ano vamos guardar num envelope com data e fechar. Abrimos daqui a 5, a 10 ou a 20 anos para nos podermos lembrar o que nos fazia falta, o que nos movia, o que amávamos e o como éramos.